JORNALISMO - Matérias
“Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade."
Gabriel García Márquez
Jornal Águas Claras Mídia Ed. 02 de 21/10 a 03/11/ 2017
Crise Hídrica
Por Mônica Indig
Brasília vive hoje a maior crise hídrica de sua história, na última medição pela ADASA (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal), no dia 19 de outubro deste ano, os reservatórios atingiram uma medida preocupante de 10,5 no Descoberto e 25,2 em Santa Maria.
A ADASA nesta sexta feira autorizou a CAESB aumentar para 48h o racionamento, onde já está publicado no Diário Oficial do DF (DODF) a Resolução nº 23, que autoriza a medidas mais ativas para a restrição, porém a CAESB só poderá acatar a resolução da ADASA depois de divulgar a medida, nos meios de comunicação, pelo menos com 24 h de antecedência.
No momento a decisão para o aumento ainda não será acatada.
A seca, no Distrito Federal está sendo a grande vilã para a falta de água nos reservatórios, os últimos dias de chuva foram bem fracos e o problema se agrava com o sistema de rodízio correndo o risco de ser ampliado para mais um dia.
Todos sabemos que água é fundamental para a vida de plantas, animais e para o ser humano. O tratamento que deixa a água de forma limpa e pronta para o consumo é caro.
Mas não é só a seca que contribui para a situação caótica em que estamos. “Gatos” e poços artesianos irregulares em condomínios de invasão agravam ainda mais o problema. A fiscalização é feita, porém o trabalho dos fiscais vira o famoso “enxugar gelo” e não se consegue terminar com os “gatos de água”.
O racionamento completou este mês 10 meses e as previsões de chuva estão para novembro, segundo o meteorologista Alexandre Nascimento para o portal Terra: "O verão deve ser bom com relação à chuva, mas diante de um solo tão seco, com o nível dos reservatórios tão baixo, provavelmente será insuficiente para reverter o problema da crise hídrica", acrescenta.
A população do DF padece e diminui a oferta de água, correndo o risco do racionamento que hoje dura um dia ser ampliado. Hoje são 24 horas de interrupção e 48h de estabilização, sendo ampliado iria para 48h de interrupção com as outras 48 de estabilização.
Esta medida ira afetar além da população o comércio que em algumas regiões ficarão até 3 dias, contando com a estabilização, sem água.
Restaurantes, salões de beleza, áreas de alimentação em geral, shoppings, ou seja, afeta todo mundo com consequências bem desagradáveis. Você já se imaginou 3 dias sem banho, ou sem lavar louça e como cozinhar sem água?
Segundo o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice: “A água não está chegando como deveria nos reservatórios não só por causa da seca, mas também pelos outros usos da bacia. Precisamos de uma união total de todos”, declara.
Para isso são necessários a redução no consumo, o aumento da afluência dos reservatórios e a colaboração dos produtores rurais.
As caixas d´água são cada vez mais necessárias para suprir o abastecimento e em muitas regiões não está tendo vazão, como vemos atualmente no Vale do Amanhecer onde carros pipa vem socorrer a população.
O fenômeno climático La Niña, conforme explicou o diretor do Inmet, Franciso de Assis Diniz, causa a redução da temperatura das águas do Oceano Pacífico e, no Brasil, forma bloqueios atmosféricos no sul do País. Esses eventos desviam as frentes frias para o mar e impedem a formação de chuvas no Centro-Oeste.
As primeiras precipitações devem cair em forma de temporais em áreas isoladas. Em novembro, porém, a expectativa é que o nível fique, no mínimo, dentro da normalidade para o período. No entanto, o Inmet trabalha com 35% de probabilidade de ocorrência de chuvas acima da média do mês.
Só podemos mesmo é contribuir com um consumo responsável, com economia e sem desperdícios.
Economia de água: Dicas para consumir sem desperdícios.
É importante saber: Nas contas de água todo o volume registrado pelo hidrômetro é considerado consumo e esse aparelho apura estes três fatores:
CONSUMO EFETIVO - O que é percebido como consumo real. Varia de acordo com as necessidades em cada domicílio.
DESPERDÍCIO - Perdas voluntárias durante as atividades domésticas e causadas pelo mau uso da água e por maus hábitos.
VAZAMENTO - Perdas involuntárias, geralmente não aparentes, em torneiras, sanitários, caixas d’água e outros.
Por isso é tão importante evitar desperdícios de água e reparar os vazamentos para conseguir reduzir os valores das suas contas.
Fique de olho nas Dicas de Economia!
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Cheque vazamentos em canos e não deixe torneiras pingando. Um gotejamento simples, pode gastar cerca de 45 litros de água por dia.
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Deixe pratos e talheres de molho antes de lavá-los.
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Aproveite a água da chuva para aguar as plantas e o jardim. As plantas absorvem mais água em horários quentes, então molhe -as de manhã cedo ou no fim do dia.
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Feche a torneira quando estiver escovando os dentes ou fazendo a barba. Só abra quando for usar. Uma torneira aberta por 5 minutos desperdiça 80 litros de água.
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Em vez da mangueira, use vassoura e balde para lavar patios e quintais. Uma mangueira aberta por 30 minutos libera cerca de 560 litros de água.
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Reaproveite a água da sua máquina de lavar para lavar a calçada.
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Saber ler o hidrômetro é muito simples e pode ajudar a detectar problemas como vazamentos, percebidos pelo
consumo fora do normal. -
Não tome banhos demorados, 5 minutos são suficientes. Uma ducha durante 15 minutos consome 135 litros de água.
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Antes de lavar pratos e panelas, limpe os restos de comida com uma escova ou esponja e jogue no lixo.
Como descobrir vazamentos...
NA INSTALAÇÃO INTERNA
1) Feche o registro do hidrômetro
2) Abra a torneira logo após o hidrômetro e espere toda a água escorrer
3) Coloque um copo cheio de água na boca desta torneira
4) Se a água do copo for sugada é sinal de que há vazamento no ramal
que está ligado diretamente à rede.
DENTRO DE CASA
1) Feche todas as torneiras e não use os sanitários
2) Feche o registro do hidrômetro para interromper o fluxo da água
3) Marque o nível da água na caixa d’água e depois de 1h confira
4) Se o nível estiver mais baixo é sinal de que há vazamento nos canos ou nos sanitários da casa.
NA VÁLVULA OU NA CAIXA DE DESCARGA
Essa é bem fácil verificar. Jogue pó de café no vaso sanitário e observe. Se ele derreter ou desaparecer é sinal de que há vazamento na válvula ou caixa de descarga.
ENTRE O HIDRÔMETRO E A CISTERNA/ CAIXA D’ÁGUA
Impeça a entrada de água da cisterna ou da caixa, levantando a boia. Se o ponteiro do hidrômetro continuar girando é sinal de que existe vazamento.
NA CISTERNA
1) Deixe a boia levantada e não ligue a bomba
2) Depois de algum tempo verifique o nível da água na cisterna
3) Se o nível tiver baixado é sinal de que existe vazamento, possivelmente causado por rachaduras na cisterna.
Jornal Df Águas Claras Ed.10 junho 2017
Bye Bye Brasília, estou indo para Águas Claras
Por Mônica Indig
Cresce a migração do Plano Piloto para a cidade de
Águas Claras segundo os Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2016, realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), foi a segunda cidade que mais cresceu em todo o Distrito Federal.
A quantidade de moradores foi maior que a de todo o DF (2,3%) de 2013 a 2016, sendo que Águas Claras vertical cresceu no mesmo período (10,9%).
A pergunta que se faz é: Por que isso?
Sua população é na maioria entre 25 a 59 anos, a escolaridade da parte vertical é de nível superior em mais da metade desta população (53%), e a renda bruta domiciliar mensal em média foi de R$ 6.823 . Ou seja, a população que mais cresce aqui poderia estar morando no Plano Piloto e muita gente até mesmo nos lagos Sul e Norte, mas a preferência é aqui.
Em Águas Claras encontram-se apartamentos de mais de 250m2, condomínios de alto luxo e com padrão que não deixa a desejar em nenhum prédio de Brasília.
Mesmo com os problemas de uma cidade tão nova e que cresceu de forma rápida, os moradores gostam da cidade e a maioria não pensa em mudar daqui.
Cada vez encontra-se mais pessoas que vem do Plano Piloto, área nobre da cidade, para viver em Águas Claras. Como a Sra. M.B. que mora numa cobertura de 170m2, num condomínio de luxo, 52 anos, funcionária pública aposentada. “ Eu vivia depressiva na Asa Sul.
Aqui saio com meu cachorro, vou ao Parque e converso com todo mundo e faço tudo sem carro. Não quero voltar mais pra Brasília em Águas Claras tenho tudo que preciso, até a minha academia é do lado de casa”. Conclui.
A resposta que se tem da maioria delas é sempre a mesma: um melhor bem-viver.
Há pouco mais de 20 Km do Plano Piloto, transformou-se num dos principais polos comerciais do Distrito Federal. São mais de 1.500 empresas com alvará e mais de 500 com licença de funcionamento. Vários shoppings, contando com o novo DF Plaza, os supermercados mais frequentados como: Walmart, Carrefour, Big Box, Extra, Pão de Açúcar entre outros.
A previsão é que até 2020 e com sua capacidade populacional atingida em 170 mil habitantes, vá ainda mais aumentar a força do comércio da cidade.
Mas essa cidade efervescente, tem tudo o que as grandes cidades tem, só que aqui é tudo perto, se vai a pé levar o cachorro no parcão, feito só para eles, nas praças que também oferecem aparelhos de ginástica, ou ainda o Parque de Águas Claras, com trilhas para caminhadas, quadras poli esportivas, churrasqueiras para a família fazer piqueniques e eventos para toda a população.
Além de uma floresta com lagos e rio.
Na sede administrativa da Caesb tem o Teatro Águas Claras, com quatrocentos lugares, no Águas Claras Shopping vária salas de cinema e espalhados pela cidade foodtrucks e os melhores restaurantes nacionais e japoneses, árabes, mexicanos e até irlandês.
Diferente de Brasília, onde a cidade vive nas entre quadras, aqui a cidade vive em cada esquina o dia inteiro, há aquele gosto de cidade pequena numa estrutura de cidade grande.
Ainda é nova e tem seus problemas por isso. Falta hospital público, mas o particular Hospital Brasília já está sendo desenvolvido.
O metrô que corta a cidade de um ponto a outro também é um atrativo. Mas falando de locomoção, esse é o assunto que os que não conhecem a cidade ou os poucos insatisfeitos reclamam. Dos horários de pico, onde o engarrafamento atrapalha o trânsito e a vida do cidadão. É a EPTG indo ao Plano pela manhã e voltando a tarde. Mas se formos analisar friamente. Onde em Brasília não há um imenso engarrafamento nos horários de pico?
Tesourinhas, Sudoeste, Esplanada, Asas Norte e Sul. Nada foge do engarrafamento do trânsito de uma Brasília que cresceu mais que o previsto e que tem uma população de renda onde há um carro por habitante em média.
Por isso tudo fica a pergunta: Quem não quer viver em Águas Claras?
Jornal Maktub Ed.01 Dezembro 2012
Luiz a Melodia do Brasil
Por Mônica Indig
Quinta feira a noite Teatro Nacional Cláudio Santoro lotado, embargado pela voz do Pérola Negra Luiz Melodia. O cantor e compositor encerra a temporada do projeto MPB Petrobras, e com chave de ouro Melodia presenteia o público brasiliense com um repertório de sucessos de sua autoria, e de outros artistas como Cazuza (codinome Beija-flor ) e Zé Keti (A voz do morro).
Sendo acompanhado pelo excelente violonista Renato Piau, Luiz Melodia trouxe a nostalgia do samba canção e seus sucessos inesquecíveis da MPB como “Cara a cara”, “Juventude Transviada”, Perola Negra que fez enorme sucesso em parceria com Gal nos anos 70.
Nascido no Rio de Janeiro no morro do Estácio e com uma voz poderosa Luiz marca mais de 30 anos de carreira e de sucessos, seu último cd Estação Melodia mostra que o Pérola Negra tem seu nome consagrado como um dos grandes cantores e compositores do Brasil.
Luiz também mostrou que além de cantor e compositor, é um excelente intérprete e em uma de suas melhores performances deu um show extra com o violão, de tirar o fôlego dos maiores amantes da musica brasileira. O público ficou extasiado e no final com aquele gostinho de quero mais, cantou um de seus maiores hits “Perola Negra”.
O show com mais de duas horas de duração teve como abertura uma prata da casa, o guitarrista Rodrigo Bezerra, músico formado pela Universidade de Brasília e acompanhado pelo pianista Felipe Viegas. Com toques de jazz fez improvisações e tocou músicas de Tom Jobim, Milton Nascimento, Djavan entre outros.
Com imensa sorrizo Luiz Melodia recebeu o Jornal Maktub em uma entrevista exclusiva falando da MPB, de novos músicos e de seu novo CD para 2013.
Entrevista com Luiz Melodia
MAKTUB; Como você vê a MPB atualmente?
L. MELODIA: Eu acho a Música popular brasileira é lindíssima e de uma riqueza que pode bater de frente com a cultura musical de qualquer outro país. A nossa música é de uma grandeza até pouco explorada. Com a internet e outras mídias atuais a nossa música tem se sobressaído absurdamente pelo mundo.
MAKTUB: E com relação ao samba. Vc acha que existe hoje alguém como Paulinho da Viola, Cartola, você, que tenha a mesma qualidade do samba canção que vcs fizeram?
L. MELODIA: Eu acho que tem e sempre terá, mas depende muito da qualidade que essa geração queira fazer, porque agora a gente ta vivendo uma época muito de grana.
MAKTUB: Vc acha que estamos vivendo um momento de contracultura? Apreciar mais o que vende do que o que é bom?
L. MELODIA: É e essa apreciação pra mim é até estranha a meu modo de ver diante de um Brasil tão rico. Nós temos essa coisa única e eu acho que sempre vai acontecer de alguns garotos terem a boa influência da música popular brasileira.
MAKTUB: Quem para vc hoje seria um destes jovens?
L. MELODIA: Gosto muito do Diogo Nogueira, tá no sangue mas nem todos que tem um pai como João Nogueira, com esse nível musical dão continuidade. O Diogo é um jovem que está começando e eu acho fantástico.
MAKTUB: E das mulheres hoje quem vc vê dando essa continuidade ao samba?
L. MELODIA: Tereza Cristina. Ela ótima.
MAKTUB: Quando a gente fala da boa música de mpb todo mundo lembra de coisas antigas anos 70 e 80. E hoje vc acha que é fácil ouvir mpb de qualidade?
L. MELODIA: Acho muito difícil. Eu lembro que quando era garoto no rádio havia um festival de musica interessante e boa. Hoje o que manda é grana, mas nós temos hoje excelentes artistas que não estão na mídia que vc quase não ouve tocar.
MAKTUB: Para terminar, em 2013 quais são os seus planos?
L. MELODIA: Meu novo CD, algumas músicas já estão concluídas outras em faze de execução e ainda tenho umas 3 ou 4 músicas que vou gravar que são dos anos 70.
MAKTUB: E o CD já tem nome?
L. MELODIA: Tem mais eu ainda não vou falar. Deixa eu entrar no estúdio e começar a gravar que eu falo, até porque eu posso mudar e gravar outras coisas.